Quando o Novo Testamento foi originariamente escrito, não existiam sinais de pontuação. na realidade, as palavras eram escritas juntas, sem a mínima separação entre elas. A pontuação e a divisão em versículos foram introduzidas no texto dos manuscritos num período posterior.
Obviamente, esse fato criou algumas dificuldades para os estudiosos contemporâneos, visto que o modo de um versículo ser pontuado pode ter efeito importante sobre a sua interpretação. Um dos exemplos notáveis disso é Romanos 9.5 Se uma pausa maior for feita depois de kata sarka (lit., "segundo a carne"), a parte final do versículo seria uma declaração a respeito de Deus Pai (A NEB - Nova Bíblia Inglesa - traz: "Que Deus, supremo sobre todos, seja abençoado para sempre! Amém"). No entanto, em se fazendo uma pausa menor naquela posição, as palavras finais da frase falariam de Cristo. A NVI - Nova Versão Internacional - diz: "[...]de Cristo, que é Deus acima de tudo, bendito para sempre! Amém".
Isso faz alguma diferença? A maioria dos estudiosos acredita que sim. Se essa última pontuação ressalta o que Paulo pretendia dizer, nesse caso temos nesse versículo uma declaração bem nítida que afirma a divindade de Jesus Cristo. Ele é, na realidade, Deus. O modo de a tradução lidar com um versículo ambíguo tal como esse revela as tendências teológicas do tradutor.
Robert H. Mounce.
Fonte: MOUNCE, William D. Fundamentos do Grego bíblico: livro de gramática. p.17.
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