domingo, 1 de dezembro de 2013

PNEUMATOLOGIA




PARÁCLETO
O ESPÍRITO SANTO MINISTRA AOS CRENTES

Quando vier o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas que há de vir. Ele me glorificará porque há de receber o que é meu, e vo-lo há de anunciar.
JOÃO 16.13,14

Antes da paixão de Jesus, ele prometeu que o Pai e ele enviariam a seus discípulos outro Consolador (Jo 14.16, 26; 15.26; 16.7). O Consolador ou Parácleto, da palavra grega parakletos, que significa o que dá auxílio, é um ajudador, conselheiro, fortalecedor, encorajador, aliado e advogado. Outro indica que Jesus foi o primeiro Parácleto e está prometendo um substituto, que, após sua partida, continuará o ensino e o testemunho que ele havia iniciado (Jo 16.6, 7).

O ministério do Parácleto, por sua própria natureza, é um ministério pessoal e relacional, implicando a plena pessoalidade de quem o consuma. Embora o Antigo Testamento tenha dito muito acerca da atividade do Espírito na Criação (e.g. Gn 1.2; Sl 33.6), na revelação (e.g., Is 61.1-6; Mq 3.8), na capaticação para o serviço (e.g., Ex 31.2-6; Jz 6.34; 15.14, 15; Is 11.2) e na renovação interior (e.g. Sl 51.10-12; Ez 36.25-27), ele não deixa claro que o Espírito é uma pessoa divina distinta. No Novo Testamento, contudo, fica claro que o Espírito é verdadeiramente uma pessoa distinta do Pai, assim como é o Filho. Isso é evidente não somente pela promessa de outro Consolador, mas também pelo fato que o Espírito, entre outras coisas, fala (At 1.16; 8.29; 10.19; 11.12; 13.2; 28..25), ensina (Jo 14.26), testemunha (Jo 15.26), busca (1Co 2.10,11), determina (1Co 12.11), intercede (Rm 8.26,27), e alvo de mentira (At 5.3) e pode ser afligido (Ef 4.30). Somente de um ser pessoal podem ser ditas tais coisas.

A divindade do Espírito Surge da declaração de que mentir ao Espírito é mentir a Deus (At 5. 3,4), da associação do Espírito com o Pai e o Filho nas bênçãos (2Co 13.14; Ap 1.4-6)  e da fórmula do batismo (Mt 28.19). O Espírito é chamado “os sete espíritos” em Apocalipse 1.4; 3.1; 4.5; 5.6, em parte, parece, porque sete é um número que significa a perfeição divina e, em parte, porque o Espírito ministra em sua plenitude.

Portanto, o Espírito é “ele”, não “isso”, e deve ser obedecido, amado e adorado, juntamente com o Pai e o Filho.

Testemunhar de Jesus Cristo, glorificá-lo, mostrando a seus discípulos quem e o que ele é (Jo 16.7-15), e fazê-los cônscios do que são nele (Rm 8.15-17; Gl 4.6) é o ministério central do Parácleto. O Espírito nos ilumina (Ef 1.17, 18), regenera (Jo 3.5-8), guia-nos à santidade (Rm 8.14; Gl 5.16-18), transforma-nos (2 Co 3.18; Gl 5.22, 23), dá-nos certeza (Rm 8.16) e dons para ministério (1Co 12.4-11). Todo trabalho de Deus em nós, tocando nosso coração, nosso caráter e nossa conduta, é feito pelo Espírito, embora aspectos desse trabalho sejam, às vezes, atribuídos ao Pai e ao Filho, de quem o Espírito é executivo.

O pleno ministério do Espírito começa na manhã do Pentecostes, logo depois da ascensão de Jesus (At 2.1-4). João Batista predisse que Jesus batizaria com o Espírito Santo (Mc 1.8; Jo 1.33), de acordo com a promessa do Antigo Testamento de um derramamento do Espírito de Deus nos últimos dias (Jl 2.28-32; cf. Jr 31.31-34), e Jesus havia repetido a promessa (At 1.4, 5). A significação da manhã do Pentecostes foi dupla: ela marcou o início da era final da história do mundo antes do retorno de Cristo, e, comparada com a era do Antigo Testamento, marcou uma formidável intensificação do ministério do Espírito e da experiência de viver para Deus.

Os discípulos de Jesus foram evidentemente crentes nascidos do Espírito antes do Pentecostes, de sorte que seu batismo no Espírito, que trouxe poder à sua vida e ministério (At 1.8), não foi o começo de sua experiência espiritual. Para todos, porém, que chegaram à fé desde a manhã do Pentecostes, começando com os convertidos naquele evento, o recebimento do Espírito na plana bênção da nova aliança tem sido um aspecto de sua conversão e novo nascimento (At 2.37; Rm 8.9; 1Co 12.13). Todas as aptidões para o serviço que surgem subsequentemente na vida de um cristão devem ser vistas como a seiva emanada desse batismo espiritual inicial, que une vitalmente o pecador ao Cristo ressurreto.

 Fonte: PACKER, J. I. Teologia Concisa. 2 ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Prezados, sintam-se a vontade para postar seus comentários.