Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o
que o Senhor dissera pelo profeta: “A virgem ficará gráfica e dará à luz um
filho, e o chamarão Emanuel”, que significa “Deus conosco”
Mateus 1.22-24
Este é um talmidim (ensino)
especial, para ser lido no dia de Natal, em que celebramos o nascimento de
Jesus, o “Deus conosco”. O Natal é a celebração da encarnação do Deus que se
fez homem, do mistério de Jesus de Nazaré, “verdadeiramente homem e
verdadeiramente Deus”.
Imagine o que poderíamos pensar
a respeito de De3us se Jesus não tivesse nascido. Talvez ainda adorássemos os
elementos da natureza e tudo o que temêssemos. Quem sabe ainda idolatrássemos
deuses tribais, étnicos, os deuses particulares dos povos, mas não o único Deus
de todos os povos, raças, tribos e nações. Pode ser que ainda pensaríamos em
Deus como fogo consumidor, ira, um vingador ou um juiz implacável. Ou ainda
estaríamos pensando em Deus como um general de espírito bélico e violento.
Se Jesus não tivesse nascido,
dificilmente invocaríamos Deus como Abba, nosso Pai celestial. Poderíamos até
usar a figura de Pai como metáfora para o divino, mas chama-lo de Pai, como
Jesus nos ensinou a orar, não faríamos. Talvez o nosso mundo ainda fosse
condenado a viver dentro dos estreitos parâmetros e limites da religião.
Teríamos dias, lugares, atividades e pessoas sagradas. O mundo estaria ainda fracionado entre
sagrado e profano. Pode ser que ainda estivéssemos à mercê dos gurus
espirituais, os que dizem que conhecem a Deus e que detém nas mãos a capacidade
e a prerrogativa de manipular as forças espirituais divinas.
O que poderíamos pensar a
respeito de Deus se Jesus não tivesse nascido? Quem sabe ainda estaríamos
condenados aos ciclos cármicos em que as nossas reencarnações iriam se
sucedendo para um processo evolutivo de purificação. Estaríamos condenados à
despersonalização ou impessoalidade (eu não seria eu; eu seria apenas um persona momentânea, transitória, um
espírito sem identidade).
Se Jesus não tivesse nascido
para me prometer ressurreição, eu ainda estaria vivendo com medo da morte, sem
a esperança do novo céu e da nova terra. Quem sabe eu ainda estaria dizendo que
essa pessoa é impura ou aquela é intocável. Talvez estaríamos estratificados
socialmente, não nos enxergaríamos como iguais e irmãos. Possivelmente não
poderíamos afirmar que Deus é amor. Talvez ainda estaríamos sacrificando
animais em rituais espirituais.
Enfim, se Jesus não tivesse
nascido, como falaríamos a respeito de Deus e como viveríamos? Pelo menos por
essas razões devemos celebrar o Natal com alegria, pois “Jesus é a alegria dos
homens”.
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*KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo: mundo Cristão, 2012.
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