É mediante a remoção de todas as
limitações do poder, como existe em nós, que nos apossamos da idéia da
onipotência de Deus. Não obstante, nem por isso perdemos a idéia propriamente
dita. O poder onipotente não deixa de ser poder. Nós podemos fazer muito pouco.
Deus pode fazer tudo quanto lhe apraz. Nós, além de limites muitíssimo
estreitos, temos de empregar meios para a consecução de nossos fins. Para Deus,
os meios são desnecessários. Ele quer, e é feito. Disse ele “Haja luz”, e houve
luz. Ele, mediante uma volição, criou os céus e a terra. Na volição de Cristo,
os ventos cessaram e houve grande bonança. Mediante um ato da vontade, ele
curou o enfermo, abriu os olhos ao cego e ressuscitou o morto. Esta simples
idéia da onipotência de Deus, de que ele pode fazer sem esforço, mediante
volição, tudo o que quer, é a idéia de poder mais elevada e mais claramente
apresentada nas Escrituras. Em Gn 17.1, está expresso: “Eu sou o Deus
Toto-poderoso”. O profeta Jeremias exclama: “Ah! Senhor Deus, eis que fizeste
os céus e a terra com o teu grande poder e com o teu braço estendido; coisas
alguma te é demasiadamente maravilhosa” (Jr 32.17). Lemos que Deus criou todas
as coisas pelo sopro de sua boca, e sustentou o universo por meio de sua
palavra. Nosso Senhor disse: “Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo
é possível” (Mt 19.26). O salmista, muito antes, dissera: “No céu está o nosso
Deus e tudo faz como lhe agrada” (Sl 115.3). Outra vez: “Tudo quanto aprouve ao
Senhor, ele o fez, nos céus e na terra, no mar e em todos os abismos” (Sl
135.6). O Senhor Deus onipotente reina e age segundo seu beneplácito entre os
exércitos do céu e os habitantes da terra; esse é o tributo de adoração que as
Escrituras por toda a parte rendem a Deus, e a verdade que por toda a parte
apresentam como base da confiança de seu povo.
Fonte: HORDE, Charles. Teologia Sistemática. São Paulo:
Hagnos, 2001. p.307.
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